Estabilização e desestabilização de emulsões


Emulsões são dispersões em que um ou mais líquidos são dispersos na forma de gotas em outro líquido (a fase contínua). Os líquidos envolvidos são imiscíveis. Alguns exemplos de emulsões no nosso dia-a-dia são leite, margarina, maionese, café expresso, loções e cremes diversos, dentre outros. Além disso, emulsões são encontradas em diferentes estágios na indústria do petróleo, como na produção, transporte e processamento de óleo bruto.


Do ponto de vista termodinâmico, emulsões são sistemas instáveis. Tal fato decorre da segunda lei da termodinâmica, que implica a redução espontânea da área interfacial de sistemas compostos por dois ou mais líquidos. Portanto, emulsões só se formam com o fornecimento de alguma forma de energia ao sistema, e, na ausência de um mecanismo que estabilize as interfaces entre as gotas e a fase contínua, ocorrerá espontaneamente a separação das fases.

O GReo investiga os mecanismos de estabilização e desestabilização de emulsões e a influência da deformação das gotas na estabilidade através dos seguintes estudos: (i) Coalescência, floculação e sedimentação de gotas; (ii) Tensão interfacial e reologia de interface; (iii) Visualização microscópica de gotas em cisalhamento; (iv) Simulações numéricas de deformação de gotas; (v) Efeito da deformação na estabilidade de emulsões e (vi) Análise de desemulsificantes na prevenção da formação  ou  inversão  de  emulsões.

Diversas ferramentas são empregadas pelo GReo para estudar emulsões. Destacam-se (i) reômetros rotacionais com geometria Double Wall Ring (DHR-3 e ARES-G2 da TA Instruments) e de tensiômetros (K100C da Kruss GMBH, TE 1C da Lauda e Traker H da Teclis Instruments) para medir propriedades interfaciais; (ii) cuba de Langmuir para determinar as isotermas de Langmuir e o módulo dilatacional; (iii) cuba de Langmuir acoplada a um reômetro, para estudar o efeito da pressão superficial na reologia interfacial cisalhante; (iv) determinação da distribuição de tamanho de gotas com microscópio ótico Eclipse LV100 da Nikon ou Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) com sistema de criogenia; (v) experimentos de visualização da separação de fases com câmera fotográfica; (vi) utilização de microscópio ótico com motor de contra-rotação acoplados ao reômetro DHR-3 da TA Instruments para visualizar o escoamento e relacionar o estado da microestrutura com a reologia e (vii) analisador de estabilidade Turbiscan para avaliar a estabilidade de dispersões (emulsões, espumas e suspensões) concentradas.

 

Infraestrutura: reômetro rotacional; tensiômetros cuba de Langmuir; Microscópio ótico polarizado com módulo de cisalhamento e controle de temperatura; Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) com sistema de criogenia para análises em amostras fluidas; analisador de estabilidade Turbiscan; experimentos de visualização.